sábado, 16 de julho de 2011

Identidade Social na Adolescência



Atividade 2 - Discussão do processo de construção de identidade na Adolescência

Objetivo: Identificar as características e discutir o processo de construção de identidade na adolescência.

Competências a desenvolver: caracterizar o processo de construção da identidade social dos adolescentes.

Proposta de trabalho:
  1. Leitura individual, com elaboração de uma síntese dos textos disponibilizados (síntese essa que não será necessário colocar no Fórum A2, pois servirá apenas de base ao estudo individual) tendo em vista identificar um conjunto de ideias-chave expressas nos textos;
  2. Apresentação e discussão das ideias-chave identificadas nos textos trabalhados no Fórum A2, moderado pelo Professor.
Recursos de aprendizagem:

Buckingham, David. “Introducing Identity." Youth, Identity, and Digital Media . Edited by David Buckingham. The John D. and Catherine T. MacArthur Foundation Series on Digital Media and Learning. Cambridge, MA: The MIT Press, 2008. 1–24.

Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Faria, M.; Silvares, E. (2003). A construção da identidade em adolescentes: Um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8 (1), 107-115.

Contributos do autor ao Fórum A2:


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Re: Fórum Identidade Social na Adolescência
por Jorge Soares - Domingo, 8 Maio 2011, 20:55

Cara Professora e Colegas,

Pela leitura dos dois artigos e face aos interessantes comentários de todos os colegas, a construção da identidade dos adolescentes é um processo contínuo e em parte é resultado da interação com os outros. O mérito da tecnologia, na minha opinião, é que esta veio intensificar essa interação. Será importante acrescentar que esta interação não acontece fisicamente, ela possui um efeito “não presencial”, o que certamente retira o verdadeiro impacto e deturpa o verdadeiro significado de interação.


Como tal, o comentário da colega Natália, “a necessidade de um equilíbrio entre o mundo real e o virtual para uma adequada construção de identidade”, possui uma importância acrescida, este equilíbrio é necessário para que estes dois mundos possam coexistir, sem que entrem em conflito.

Mais uma vez o papel da Escola não pode, nem deve ser remetido para 2.º plano, muito embora, este seja um trabalho progressivo, em que os resultados concretos são lentos, é fundamental que coexista com um apoio atento dos encarregados de educação. Esta é uma das conclusões que podemos retirar da leitura do artigo (Schoen-Ferreira et. al, 2003).

Até já!

Jorge Soares


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Re: A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório
por Jorge Soares - Quarta, 4 Maio 2011, 00:12

Cara Professora e Colegas,

Considero que as tecnologias possuem um papel ativo no processo de construção da identidade na adolescência, pois ao terem uma influência que tanto pode ser positiva ou negativa, elas certamente que irão dar um contributo importante na afirmação do adolescente enquanto indivíduo.

Assim considero relevante para a nossa discussão destacar a preocupação, cada vez mais sentida, pelos pais, no modo como os seus filhos utilizam o considerável rol de tecnologias disponíveis. Como é sabido estas tecnologias são usadas diariamente por estes adolescentes, muitas das vezes procurando colmatar um vazio que sentem, muito por força das alterações físicas e psicológicas que um jovem tende a sentir nesta importante fase da sua vida.

Importa também dizer que embora o jovem adolescente sinta a necessidade de estar em linha (online), e desta forma contribuir para a construção da sua identidade enquanto nativo digital, o seu espírito de curiosidade em experimentar novas situações, a possibilidade de criar um perfil ideal, onde não existe acne, não se é nem demasiado gordo, nem demasiado magro, nem muito alto, nem muito baixo, todos estes complexos são temporariamente colocados de lado.

Ao ler o artigo de Buckingham (2008), não posso deixar de destacar o conceito de identidade que ele descreve, o qual divide em duas vertentes, por um lado, a identidade enquanto elemento único que nos caracteriza enquanto indivíduos, passível de ser roubada, por outro lado, a identidade que deixa de ser só minha e que eu partilho com outros numa plataforma social, sendo que esta partilha, irá potenciar o conhecimento de outros indivíduos que partilham de certos atributos e que estão associados à minha identidade.


Esta dualidade antagónica não deixa de ser curiosa e certamente uma consequência do advento das tecnologias!

Tudo tem o seu tempo, dirão muitos, mas a construção de identidade não é algo que se faça no momento, a correr bem, será um conjunto de momentos em que vamos gradualmente construindo e consolidando, mas também avançando e por vezes é preciso saber recuar, o que nem sempre é compatível com as tecnologias.

Até já!

Jorge Soares


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Re: A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório
por Jorge Soares - Domingo, 8 Maio 2011, 16:42

Professora Daniela e colegas;

Creio ser unânime que este modelo de ambiente online, onde predominam as redes sociais, os blogues e os mundos virtuais incutem aos nossos jovens que estes exerçam papéis distintos, o que na verdade significam identidades distintas. Mas esta quase capacidade de camaleão e ao contrário deste que adota esta estratégia como forma de sobrevivência, nos adolescentes, é o resultado de ser um espaço que por força de ser virtual os riscos são minimizados, o que não significa que não existem, nem tão pouco devam ser menosprezados.

Por outro lado, há uma necessidade por parte do adolescente em apropriar-se e por conseguinte levando à sua integração, a necessidade de afirmação enquanto indivíduo, o ser “eu”, bem como dar asas, tendo como pano de fundo o espaço físico onde inicia a criação destas identidades criadas em “real-time”.

Atè jà!

Jorge Soares


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Re: A Sociedade e a Personalidade
por Jorge Soares - Domingo, 8 Maio 2011, 23:30

Cara Gisela,

Certamente que estas questões geram a qualquer um de nós, pais e professores, inquietação, desafios e nalguns casos, poderá por força das grandes restrições financeiras a que o nosso país está sujeito, alguma impotência.

Perdoem-me se vou dar uma resposta um tanto confinada à nossa realidade, mas certamente que todos nós, estudantes deste Mestrado, pretendemos o melhor para o nosso país, seja ele Portugal ou outro.

Ao contrário de gerações anteriores que devido ao controlo apertado do acesso à informação, apenas eram formatadas para obedecer a determinados princípios, mesmo que estes fossem geradores de resultados dúbios, o certo é que ninguém, pelo menos abertamente se opunha às orientações recebidas. Com o desenvolvimento do estado português e do mundo, também a informação passou a ser cada vez mais diversificada, embora eu entenda que o cerne da questão não está nesta viragem de 360º. O que falhou foi um conjunto sucessivo de estratégias míopes e redutoras que ao invés de irmos a reboque de “modelos” como fossem “modas”, não optamos por pensar, refletir nos nosso problemas e desta forma criar uma estratégia conjunta que por sua vez seria transmitida aos nossos jovens, nomeadamente:

1.ª Ensinar o jovem a saber pensar por si;

2.ª Ensinar a trabalhar em equipa, existir uma corresponsabilidade partilhada, falhas tu, somos todos que falhamos;

3.ª Atitude arrojada e competitiva, evitar acomodação e passividade. Nada cai do céu!

Por outro lado, todos nós, com mais ou menor dificuldade temos suficiente discernimento para saber o que está certo ou errado, tal como tive oportunidade de ler na bibliografia de apoio, os adolescentes não são irresponsáveis, nem “coitadinhos”. Esta conotação que acaba por ser traduzida numa lei fundamentalista, certamente que contribui para minar a autoconfiança do adolescente, bem como é geradora de conflitos entre os mais velhos.

Acredito e reitero mais uma vez o papel nuclear que a Escola, Professores e Encarregados de Educação devem ter como orientadores no entendimento entre o bem e o mal, o certo e o errado. Pois no final disto tudo, o bom senso imperá.

Bom trabalho!

Jorge Soares


Reflexão pessoal:

Este é daqueles temas que independentemente da nossa faixa etária, obriga-nos num bom sentido a recuar no tempo e com alguma nostalgia recordar aqueles momentos únicos que são parte determinante no nosso crescimento, enquanto indivíduo.

E interessante será criar estruturas comparativas entre o atual adolescente e estudante e o anterior adolescente de uma outra geração, onde as tecnologias não possuíam um papel tão relevante no contributo da criação da identidade do jovem adolescente. O nosso centro do mundo era a rua, o jardim, recordo-me perfeitamente dos tempos inesquecíveis a andar de bicicleta com os meus amigos, das horas perdidas a ver o Sr. Mário a desmontar as potentes motos japonesas e o meu gosto pela mecânica e velocidade. Os atuais jovens passam uma grande parte do seu tempo ligados online, certo que são capazes de terem mais amigos virtuais que eu tinha reais, o telemóvel e o netbook não existiam, mas nunca deixei de perder ou faltar um compromisso e sabia que no dia seguinte iria ter uma nova aventura com os meus amigos.

Mas não julguem que a informática já não tivesse um certo peso na minha adolescência, o aparecimento do PC 1512 da Amstrad foi um marco e muito mudou depois desta invenção.

Todo o manancial de artefatos digitais que atualmente existem e que os jovens veneram funcionam como extensões de si. Por um lado há um contributo positivo, na medida em que a adolescência é uma fase complexa que se pode tornar problemática e marcar de forma irreversível o jovem adolescente. Esta vertente positiva da tecnologia está relacionada com a oportunidade que o jovem sente ao saber que é possível ser uma outra pessoal ao clique de um rato. Como tal, todos os fatores que possam de certa forma fragilizar a sua imagem, criar entraves na sua afirmação, gerar angústias e pesadelos, são simplesmente apagados do seu perfil digital. Há todo um mundo que pode ser conquistado, de repente o simples receio de andar na nossa rua é ultrapassado por um mundo virtual que se transforma numa aldeia global.

Contudo e embora Buckingham (2008) nos chame atenção para o facto que "...a identidade é um conceito muito amplo e ambíguo..." é indiscutível que é importante refletir o impacto desta era digital na construção da identidade do adolescente.

Por conseguinte importa reter alguns aspetos relevantes retirados da análise e discussão deste tema:

- O jovem adolescente cultive a importância da popularidade online e como tal há por parte deste uma constante necessidade em se rever em modelos que associam popularidade;

- Numa outra vertente o jovem tende a querer demonstrar que é unicamente ele, o culto do "eu". Há uma clara aproximação aos amigos em detrimento dos pais. Desta forma é importante não minimizar a segurança e o acompanhamento por parte dos pais e professores, pois existe uma claro aumento da perigosidade;

- As tecnologias são meios para atingir determinados fins, muito embora, elas tenham um importante papel na forma em como o jovem será moldado. Há uma clara diluição das diferenças entre os dois sexos, se pelo contrário há anos havia caminhos distintos a serem seguidos, hoje não é algo que destaque as jovens dos jovens, pois ambos usam as tecnologias quase sempre com os mesmos objetivos. Destacarem-se.

Recurso complementar:

Em seguida é apresentado um recurso multimédia que procura ajudar a esclarecer até que ponto os jovens são diferentes pelo simples facto dos media digitais.